Breu
Escuridão toma conta da Praça Piratinino de Almeida
Praça no centro de Pelotas, é alvo de reclamações de vizinhos e pedestres que circulam na região
Foto: Carlos Queiroz - DP - Já nos primeiros minutos da noite, Piratinino de Almeida é tomada pela escuridão
Mais de nove mil metros quadrados de escuridão total em pleno centro de Pelotas têm provocado sensação de insegurança para moradores e pedestres. A praça Piratinino de Almeida, embora rodeada por comércio, paradas de ônibus, a Santa Casa e até mesmo uma delegacia da Polícia Civil, impõe medo já nos primeiros minutos da noite com seu breu completo. Todo o espaço ocupado pela praça não possui um único ponto de luz funcionando e, a despeito de as ruas ao redor possuírem iluminação, o ponto onde fica a histórica caixa d’água se torna um ponto propício para a ação de criminosos, usuários de drogas e prostituição.
Trabalhadores do entorno relatam que o escuro já é uma constante do local há décadas. Segundo o proprietário de uma loja, nas últimas vezes em que postes com luz foram instalados no local, menos de um mês foi necessário para que a escuridão voltasse. Os relatos dos vizinhos da praça são de que usuários de drogas furtam a fiação para vender. Nem mesmo os postes são poupados, sendo também levados. Nas dezenas de bases em que estavam instalados, restaram apenas pedaços de metal retorcido e afiado, um risco de acidentes para quem circula pelo local.
Luiz Eduardo Martins passa pela Piratinino de Almeida no começo da noite diariamente e confirma a sensação de insegurança. “Agora mesmo estou com o notebook e é bem complicado passar aqui sem sentir medo”, diz. Ele conta já ter sido assaltado nas proximidades da praça e que ouve relatos de outras vítimas da ação de bandidos na região.
Para quem espera ônibus pelo lado da rua Santa Tecla, o receio a partir do fim da tarde também é uma rotina. Rosieli Fernandes da Silva relata o assalto sofrido pela mãe no local e reclama que a insegurança é ainda maior aos domingos, quando o movimento de outras pessoas é menor. “Não tem praticamente nada, nem a galeria fica aberta.”
O problema do furto de fios, uma das causas da escuridão da Piratinino de Almeida, não se restringe à praça. De acordo com Vani Fick Bohrer, proprietária de um restaurante próximo, até os comércios são prejudicados com a falta de iluminação e segurança do local. “Estão botando luz de led em tudo que é lugar e aqui, em pleno centro, essa pouca vergonha. A gente está abandonado”, reclama, afirmando que o seu restaurante teve parte da fiação e da iluminação na parte externa furtada.
Melhorias só em maio
O secretário de Serviços Urbanos e Infraestrutura Fábio Suanes confirma que os problemas de iluminação na praça Piratinino de Almeida foram causados pelo furto de fios e cabos de energia. Segundo ele, uma ação está sendo preparada pela sua equipe para reestabelecer a iluminação do local. A previsão é de que o trabalho comece em maio.
Sobre o furto de cabos na praça e em outros locais, a CEEE Equatorial diz que a responsabilidade é policial e que também é prejudicada com a prática. Segundo a companhia, em 2022 foram 110 toneladas de cabos furtados em sua área de concessão, que abrange 72 municípios.
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